
Brener Nunes- Gazeta do Cerrado
Durante o evento que marcou o início das obras da Etapa 1 do Parque dos Pioneiros, em Palmas, a Coordenadora Geral de Articulação e Planejamento da Secretaria Nacional de Periferias, do Ministério das Cidades, Luana Alves, destacou a importância da criação de uma estrutura federal inédita para enfrentar as desigualdades urbanas no Brasil. Ela exaltou o trabalho em cooperação entre esferas de governo e com a sociedade civil, e reforçou o papel do novo parque como exemplo de urbanismo inclusivo.
“Pela primeira vez na história do Brasil, temos uma secretaria voltada exclusivamente para olhar os territórios mais precarizados — as nossas favelas e comunidades urbanas. É uma vitória colocar o pobre no orçamento”, declarou a coordenadora, referindo-se à diretriz dada pelo presidente Lula ao recriar o Ministério das Cidades e priorizar o combate à desigualdade.
A coordenadora também elogiou a articulação do município de Palmas com a GIZ – Cooperação Técnica Alemã, no qual o Parque dos Pioneiros está inserido. Ela destacou que projetos como este ajudam a fortalecer a capacidade técnica dos municípios para elaborar e executar políticas públicas voltadas às periferias urbanas.
“É sempre um desafio levar obras de grande porte para esses territórios. Quando um município consegue apresentar propostas com qualidade técnica, isso acelera o processo de avaliação e execução. Palmas está de parabéns por buscar essa articulação”, afirmou.
Ela também confirmou que o município já submeteu proposta ao programa Periferia Viva, e que o processo de avaliação está em andamento com sinalização positiva por parte da equipe técnica em Brasília.
Um dos trechos mais enfáticos do discurso da representante do Ministério das Cidades foi o alerta para que a urbanização dos territórios vulneráveis seja feita com cuidado e respeito às famílias que ali vivem.
“A situação de risco é socialmente construída. As pessoas vivem em áreas de risco porque foram historicamente colocadas nessas condições. Nosso dever é eliminar o risco, não as pessoas dos seus territórios”, afirmou.
Ela elogiou a postura da gestão de Palmas e do secretário Ronaldo Dimas, que asseguraram que qualquer remoção será mínima, justificada apenas por risco real, e que as famílias realocadas permanecerão na mesma região ou receberão alternativa justa.
Política pública com escuta ativa
Encerrando sua fala, a coordenadora reforçou que o modelo de planejamento adotado em Palmas deve servir de exemplo:
“A gente só acredita que é possível levar política pública para as favelas e comunidades quando isso é feito de forma articulada, envolvendo o município, o Estado, o governo federal e, principalmente, as pessoas que vivem no território. Esse projeto mostra que é possível escutar quem precisa — e fazer diferente.”
A fala reforça o reconhecimento do Parque dos Pioneiros não apenas como uma obra de urbanismo, mas como um modelo de cidade inclusiva, participativa e conectada com as reais necessidades de seus moradores.