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Mais de 190 mil tocantinenses residem em vias não pavimentadas, aponta IBGE

Mais de 190 mil tocantinenses residem em vias não pavimentadas, aponta IBGE

O IBGE continua sua série de divulgações do Censo Demográfico 2022, sendo que agora foram informadas as características urbanísticas do entorno dos domicílios. É o maior e mais completo levantamento georreferenciado dos dez elementos urbanísticos pesquisados no Brasil, representados pela porcentagem de moradores que têm acesso a cada um deles.

Capacidade de circulação

Neste quesito, levou-se em conta a capacidade de circulação da via, que serve para a mobilidade e acessibilidade de pedestres e veículos, serviços públicos e desenvolvimento econômico. O Tocantins foi o maior destaque entre as unidades da federação, junto com o Mato Grosso do Sul, nas vias com capacidade para circulação por caminhão ou ônibus, com 98,0% dos moradores vivendo nestes locais. Na concentração urbana de Palmas, a média foi de 98,6% residentes e, a nacional, 90,8%.

Sendo assim, a capacidade máxima de vias nas outras variáveis são baixas. Do total, 1,76% de carro ou van, 0,17% de motocicletas, bicicletas e pedestres e não houve registros de aquavias durante a coleta.

Pavimentação da via

A pavimentação é importante para a segurança, mobilidade, desenvolvimento e durabilidade da via.

Foram considerados os quesitos de predominância do pavimento na via e também os tipos de materiais que foram utilizados nela.

No Tocantins, 1,04 milhão de pessoas (84,5%) dos moradores viviam em vias pavimentadas durante a coleta do Censo 2022. Tocantinenses que residiam em vias não pavimentadas eram um pouco mais de 190 mil pessoas (15,4%).

Bueiro ou boca de lobo

Importantes para o escoamento da água, eficiência do manejo de recursos hídricos e saúde, essas estruturas foram consideradas na contagem mesmo que obstruídas durante a coleta da pesquisa, inclusive com possibilidade de comparação com o Censo 2010.

A existência de bueiro ou boca de lobo para os habitantes no estado cresceu entre 2010 e 2022, saindo de 11,6% para 21,8% dos moradores tendo no entorno do domicílio. O número está bem abaixo da média nacional no último censo, que foi de 53,7% dos brasileiros morando em locais com essa característica.

No comparativo com outros estados, o Tocantins tem a menor quantidade da região norte e a quarta pior do Brasil.

Iluminação pública

Fundamental para a segurança, a iluminação pública também desempenha papel importante no trânsito, mobilidade, atividades econômicas e qualidade de vida. A metodologia levou em consideração a existência dela nos dois lados da via, sendo que não foi analisado o funcionamento da iluminação noturna.

Mais de 1,2 milhão (97,9%) dos tocantinenses tiveram a existência de iluminação pública no entorno de seus domicílios. Nos locais que foram analisados, 25.193 (2,0%) pessoas não tinham iluminação pública nas áreas.

No Brasil, apenas 51 municípios tiveram menos de 80% dos moradores sem iluminação pública no entorno. O Tocantins registrou apenas uma cidade nesta condição: Filadélfia, com 78,5% dos habitantes tendo iluminação pública.

Ponto de ônibus ou van

Possibilitam a circulação de pessoas para diferentes atividades. No caso da pesquisa, foram verificadas apenas a sinalização de existência de ponto de ônibus ou van, e não a frequência do transporte.

Somente 1,6% dos tocantinenses têm pontos no entorno domicílio, sendo o menor índice nacional. De maneira geral, é um quesito que tem porcentagens menores devido à não necessidade de ter pontos de ônibus ou van em cada trecho de via. No Brasil, o número é maior, porém ainda baixo, tendo registrado 8,8%.

Vias sinalizadas para bicicletas

Elas proporcionam segurança, o que encoraja mais pessoas a optarem pelas bicicletas como meio de transporte, que consequentemente polui menos e melhora o tráfego nas ruas. Na pesquisa, foram consideradas ciclovias, ciclorrotas, ciclofaixas e também calçadas compartilhadas.

No Tocantins, somente 0,6% dos habitantes tinham pistas para bicicletas no entorno de seus domicílios e 99,3%, não. É outro quesito com valores bem baixos num geral, sendo que a média brasileira foi de 1,9% nesse quesito.

Calçada ou passeio

Geram conforto e segurança para os pedestres por ser um espaço inclusivo e universal. Suporta a prática de atividades físicas, que proporcionam saúde e qualidade de vida. Foram consideradas, na metodologia, aquelas calçadas que possuíam 80 centímetros de largura e conectavam ao menos dois lotes de habitações nas vias analisadas.

No Tocantins, 1,04 milhão de pessoas (84,7%) têm a existência de calçadas ou via de passeio perto dos domicílios. A proporção é maior que a brasileira, na qual 146,3 milhões (84,0%) estão nessa variável.

Além da existência, as calçadas precisam garantir uma circulação segura e eficiente dos pedestres, especialmente de pessoas com mobilidade reduzida, idosos, gestantes e crianças. Para isso, foram considerados na pesquisa obstáculos como buracos, desníveis, entradas para estacionamento irregulares ou calçadas quebradas.

No estado, 145 mil pessoas (11,8%) foram contempladas com calçadas no entorno de suas residências sem obstáculos. Mais de 900 mil pessoas (72,9%) não tiveram esse quesito preenchido.

Rampa para cadeirante

As rampas são essenciais para a acessibilidade urbana segura de pessoas cadeirantes nas calçadas. Na pesquisa, foram consideradas rampas exclusivas para cadeirantes e travessias elevadas de pedestres.

No montante, 13,3% dos tocantinenses tinham rampas para cadeirantes no entorno dos domicílios, ante 71,5% que não.

Arborização

Os benefícios ambientais, sociais e econômicos de um município arborizado podem ser vários. O Censo 2022 observou o número de árvores nos locais pesquisados com porte arbóreo superior à altura de 1,7 metro em áreas públicas.

O Tocantins foi o estado na região norte com maior número na variável, tendo 79,1% da população com uma ou mais árvores no entorno. Dos tocantinenses sem arborização próxima, foram contabilizados 20,8% durante o levantamento. O estado também liderou na região entre os com 5 ou mais árvores, alcançando 36,2%.

Palmas foi a terceira capital com maior proporção de moradores com trecho de via com pelo menos uma árvore, sendo 88,7%. Ficou atrás apenas de Campo Grande (91,4%) e Goiânia (89,6%).

Mais sobre a pesquisa

Durante o levantamento das características urbanísticas do entorno dos domicílios, foram pesquisados dez quesitos relacionados à capacidade de circulação e pavimentação da via, existência de bueiro ou boca de lobo, iluminação pública, ponto de ônibus ou van, sinalização para bicicletas, calçada ou passeio, obstáculo na calçada, rampa para cadeirante e arborização.

Fonte: Superintendência Estadual do IBGE no Tocantins