Parque dos Pioneiros nasce com DNA popular e pode beneficiar até 140 mil moradores de Palmas

Brener Nunes/ Cobertura Gazeta do Cerrado

Em um marco histórico para o urbanismo de Palmas, teve início nesta terça-feira, 17, a implantação da etapa 1 do Parque dos Pioneiros, o primeiro parque urbano da Região Sul da capital e projetado para ser o maior parque urbano linear da Região Norte do Brasil, com cerca de 250 hectares em sua totalidade. A solenidade de abertura das obras contou com o descerramento de placa simbólica e apresentação técnica do projeto, que integra o programa Cidade Presente, fruto de uma cooperação entre Brasil e Alemanha, por meio da GIZ, o Ministério das Cidades e a Prefeitura de Palmas.

Durante o evento, o arquiteto e urbanista Sérgio Missyor, consultor técnico da Myr, responsável pelo projeto, destacou a dimensão social e ambiental da obra. Segundo ele, o parque beneficiará direta e indiretamente até 140 mil pessoas, o que representa quase metade da população da cidade.

“É um projeto realizado por muitas mãos, com intensa cooperação técnica e participação da comunidade local. Esse parque nasce do envolvimento das pessoas e é pensado para valorizar a identidade, a cultura e a qualidade de vida dos palmenses”, afirmou Sérgio.

A extensão do projeto impressiona: serão 8 quilômetros de parque linear, abrangendo uma área de 360 hectares — ou mais de 3,6 milhões de metros quadrados. A estrutura prevê não apenas áreas verdes, mas uma malha completa de mobilidade urbana integrada, que inclui faixas para veículos, ciclovias, calçadas amplas, transporte coletivo e vias exclusivas para pedestres.

A proposta é conectar lazer, moradia e trabalho com infraestrutura segura e adaptada às mudanças climáticas. “Queremos que o projeto traga soluções urbanas, mas também resiliência climática para as famílias, com áreas adaptadas a ondas de calor, chuvas intensas e vetores urbanos”, explicou Missyor.

Equipamentos urbanos, microparques e espaços para convívio

O Parque dos Pioneiros vai incorporar ao longo de sua extensão diversos equipamentos urbanos: unidades de saúde, educação, cultura, esporte e lazer, além de espaços de uso múltiplo para a comunidade. A estrutura também contará com microparques distribuídos ao longo do trajeto, com áreas para churrasqueiras, fornos de pizza, decks, quiosques com sanitários, além de áreas sombreadas de convivência.

O projeto foi concebido com inspiração no buriti, árvore símbolo do cerrado, que representa vida e resistência. “A tipologia do projeto valoriza nosso bioma e a cultura local, reforçando a identidade regional”, destacou o arquiteto.

Laboratório de Articulação Urbana e participação social

Um dos destaques da etapa inicial é a implantação do Laboratório de Articulação Urbana, que vai funcionar como espaço de diálogo entre poder público, comunidade e instituições para acompanhar o desenvolvimento do parque e criar políticas públicas que dialoguem com o território.

“O laboratório é uma das primeiras entregas do projeto e será fundamental para pensar soluções coletivas que impactem positivamente o entorno”, explicou Missyor. Oficinas com a comunidade já vêm sendo realizadas desde a fase de planejamento, com destaque para a criação de placas feitas pelos próprios moradores, que hoje integram o mobiliário urbano do local.

Com a execução do Parque dos Pioneiros, Palmas se consolida como referência em planejamento urbano sustentável e participativo. A proposta, inédita na região, alinha desenvolvimento urbano com qualidade de vida, inclusão e sustentabilidade.

“Seguramente será um dos maiores parques urbanos do Brasil. Isso coloca Palmas em destaque no cenário local, regional e até mesmo nacional”, finalizou Sérgio Missyor.