Em Fátima

Suspeita de perseguição política contra servidor após eleições é investigado em município do TO

Servidor teria sido transferido de suas funções originais

Suspeita de perseguição política contra servidor após eleições é investigado em município do TO

O Ministério Público do Tocantins (MPTO) instaurou um Procedimento Preparatório de Inquérito Civil Público para apurar uma denúncia de possível perseguição político-administrativa praticada contra um servidor público efetivo da Prefeitura Municipal de Fátima, cidade localizada a cerca de 130 km de Palmas. A investigação está sob responsabilidade da Promotora de Justiça Thaís Cairo Souza Lopes, da 5ª Promotoria de Porto Nacional.

Segundo os elementos preliminares levantados pelo MPTO, o servidor teria sido transferido de suas funções originais — que incluíam viagens intermunicipais com direito a gratificações — para atividades meramente burocráticas e internas, logo após o processo eleitoral de 2024. O afastamento de suas atribuições habituais sem justificativa objetiva levanta, para o órgão ministerial, indícios razoáveis de represália por motivação política.

A Promotoria destacou, ainda, que a Prefeitura de Fátima não apresentou critérios técnicos para a redistribuição das funções entre os motoristas municipais. A ausência de fundamentação formal e objetiva pode configurar afronta direta aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade que regem a administração pública, conforme estabelece o artigo 37 da Constituição Federal.

Contexto eleitoral

O atual prefeito de Fátima, José Antônio Andrade (União Brasil), foi reeleito no pleito de 2024 com ampla maioria: 81,82% dos votos válidos. A suposta perseguição administrativa teria ocorrido logo após a vitória nas urnas, o que reforça a suspeita de uso político do cargo público contra adversários ou pessoas ligadas a outras correntes políticas.

Providências adotadas

Como parte da apuração, o MPTO determinou a requisição de informações detalhadas à gestão municipal. Entre os documentos solicitados estão os atos administrativos que oficializaram a mudança de função do servidor e as justificativas formais para a escolha de outros funcionários para as atividades externas, incluindo os critérios usados para a designação dessas tarefas.

A Promotora de Justiça Thaís Cairo enfatizou que o objetivo do procedimento é reunir provas de autoria e materialidade de eventuais atos ilícitos. Caso os indícios de perseguição se confirmem, medidas legais poderão ser adotadas, incluindo eventual responsabilização do gestor por improbidade administrativa.

O que diz a Prefeitura de Fátima?

A Gazeta tentou contato com a Prefeitura de Fátima, mas não obteve retorno até a publicar da matéria. O espaço fica aberto para manifestação oficial.

Brener Nunes

Subeditor

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins Subeditor da Gazeta do Cerrado Assessor de Imprensa do SENAI Tocantins

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins Subeditor da Gazeta do Cerrado Assessor de Imprensa do SENAI Tocantins