
Prestes a repetir o sucesso da primeira temporada, o grupo Vozes de Ébano ajusta os últimos detalhes das apresentações especiais da segunda temporada do espetáculo “Minha Voz é Resistência”, nos próximos dias 5 e 6 de julho (sábado e domingo), no Teatro Sesc Palmas, às 19h30, em Palmas. A expectativa do público é alta, já que os ingressos para a noite de sábado acabaram. “A maratona de ensaios está ainda mais intensa e a nossa responsabilidade fica maior: ter ingressos esgotados bem antes da data do show é uma prova do quanto as pessoas acreditam no nosso trabalho”, ressalta o diretor-geral do grupo, Mello Júnior. Lembrando que ainda há entradas disponíveis para o domingo.
Palmas dá a largada de apresentações do grupo voltadas para o “Julho das Pretas”. “A ideia do Vozes de Ébano é enaltecer a mulher negra a qualquer tempo, mas fazer isso neste período cheio de simbolismo subiu a nossa régua e, por isso, estamos trazendo um trabalho ainda mais potente”, afirma a produtora e cantora Cinthia Abreu.
A temporada de 2025 traz músicas novas e cenas que nasceram de vivências da equipe após a primeira temporada. Segundo a cantora e produtora do Vozes de Ébano, Malusa, “o grupo volta ao palco com tudo o que aprendemos na caminhada. O espetáculo cresceu, está mais forte, mais emocionante e cheio de representatividade” e, conforme Fran Santos, voz que completa o trio e produção do Vozes de Ébano, “cantar e contar histórias em voz alta é uma forma de mostrar resistência”.
A nova versão traz outros arranjos musicais assinados pelo diretor-geral Mello Júnior e o produtor musical Japa, além de trechos inéditos inspirados em textos e vivências de mulheres negras. E além de Palmas, o “Julho das Pretas” será celebrado pelo Vozes de Ébano, em Paraíso do Tocantins, no próximo dia 10.
Julho das Pretas
No Brasil, o “Julho das Pretas” surgiu em 2013, a partir de uma iniciativa do Instituto Odara, em Salvador-BA, que mobilizou mulheres negras a fazerem atividades durante o mês, para chamar a atenção, principalmente, sobre os problemas vividos por elas.
A ideia surgiu porque, desde 1992, o dia 25 de julho é comemorado como o Dia da Mulher Afrolatino-americana, Afrocaribenha e da Diáspora, marcado por um encontro histórico em Santo Domingo, na República Dominicana. Porém, a data ficou apenas no calendário, sem ações efetivas que evidenciassem o empoderamento negro.
A partir do movimento criado pelo Instituto Odara, como consolidação do Julho das Pretas, desde 2015 é realizada Marcha Nacional de Mulheres Negras contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver. Por todo o país, o “Julho das Pretas” mobiliza ações em diversas áreas, como cultura, educação, saúde, política, com o objetivo de promover a participação e a representação das mulheres negras em todos os espaços da sociedade.
Por que é preciso empoderar?
No Tocantins, por exemplo, cerca de 75% da população se identifica como negra – pretos(as) e pardos(as). No entanto, são minoria na ocupação de espaços representativos, a exemplo das prefeituras, em que apenas 7,3% dos eleitos no último pleito se declaram pretos.
Por outro lado, números negativos estão involuntariamente atrelados aos negros, especialmente às mulheres. O último levantamento do disque 180 mostra que 71% das vítimas de denúncias de violência, recebidas do Tocantins, são de negras. Com relação às mortes violentas, as mulheres negras são 80% das vítimas do gênero, no Estado. “São números que demonstram porque o debate sobre racismo, sexismo, representatividade precisa acontecer e é por isso que colocamos a nossa arte para reforçar essa pauta”, diz a produtora e cantora Cinthia Abreu.
Equipe
Com mais de 50 profissionais envolvidos – cerca de 90% mulheres e 80% negras, incluindo pessoas trans e com deficiência – o projeto reafirma o compromisso com a inclusão, a equidade racial e a valorização de artistas negros no Tocantins. “A estrutura da primeira temporada continua, mas conseguimos amadurecer o espetáculo. Musicalmente, o público pode esperar surpresas. Cenicamente, temos elementos que tocam mais profundamente. É um projeto com identidade, beleza e urgência”, afirma o diretor-geral e preparador vocal Mello Júnior.
Além de homenagear nomes como Elza Soares, Alcione, Leci Brandão, Iza e Liniker, a nova temporada também incorpora composições autorais e textos de autoras como Conceição Evaristo, Carolina Maria de Jesus, Elisa Lucinda e Victoria Santa Cruz, dentre outras. As apresentações contam com banda ao vivo, iluminação cênica e forte apelo visual e sonoro.
Ingressos
Em Palmas, nos dias 05 e 06/07, “Minha Voz e Resistência” será apresentado no Teatro Sesc Palmas (502 N), às 19h30, com ingressos a R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), disponível no Sympla. Encerrando a temporada, o grupo se apresenta no Teatro Cora Coralina, em Paraíso do Tocantins, no dia 10/07, também às 19h30, com entrada gratuita.
O grupo
O projeto tem a cantora e produtora cultural Fran Santos como proponente, apresentação do Grupo Vozes de Ébano e é patrocinado pelo edital Edital nº 22/2024 – Projetos Culturais – Palmas, Categoria A – Área 6 – Música, via Lei Aldir Blanc (PNAB), da Secretaria Estadual da Cultura e Ministério da Cultura.
Ficha Técnica
Patrocínio: Lei Aldir Blanc, via Secretaria Estadual da Cultura e Ministério da Cultura.
Administração: Fran Santos
Cantoras: Cinthia Abreu, Fran Santos e Malusa
Direção-geral: Mello Júnior
Produção musical: Japa
Banda: Cleyton Silva – Teclado, Japa- Guitarra e violão, Alves Bass – Baixo, Rudson Ferreira- Bateria, Bruno Barreto- Saxofone ,Joao Santos -Trompete e Jônatas-Trombone.
Produção Executiva: Cinthia Abreu, Fran Santos e Malusa
Assistente de Produção: Francilda Santos e Wanda Citó
Mestre de Cerimônias: Maria José Cotrim
Preparação cênica-corporal: Leoa do Norte
Videomaker: Elton Abreu
Fotografia: Ronalda Pinto
Coordenação Comunicação e Publicidade: Cinthia Abreu
Assessoria de Imprensa: Shelsea Lima
Social Media: Hyvanna Corrêa
Designer gráfico: Ana Kárita Mendes
Intérprete de Libras: Camila Pinheiro
Prestação de Contas: Francilda Santos e Vilma Silva
Iluminação: Lúcio Miranda
Video Mapping: Luiz Izidoro
Sonoplastia: Daniel Mangaba
Roadie: Eliaby
Coordenação de portaria: Emivaldo Andrade
Apoio técnico: Ana Valéria Nepomuceno, Keila Oliveira, Iva de Oliveira, Francisca Rocha, Luana Porto, Kleyde Farias, Yuri Mendes, Gabrielle Rezende, Matheus Gomes, Juh e Odara Albuquerque
Coordenadora de Acessibilidade: Mônica Costa
Maquiagem: Isabela Bernardes
Articulação/ Coletivos: Diego Panhussatti (Enegrescer), Lena Rodrigues (Movimento Negro Unificado) e Jéssica Rossane (Ajunta Preta)
Apoio: Gazeta do Cerrado, Luky Comunicação Visual e Star Outdoor
Serviço
Palmas – 05 e 06 de julho (sábado e domingo ), às 19h30 – Teatro Sesc Palmas
Ingressos: R$ 20 (inteira) | R$ 10 (meia) – à venda na bilheteria do teatro e online
E-mail: [email protected]
Instagram: @vozesdebano
Cinthia Abreu