Operação Opto

Corretor de imóveis teria tentado matar cliente para não perder comissão que envolvia aviões e tratores, aponta investigação

Corretor de imóveis é preso suspeito de tentar matar cliente em Palmas — Foto: Kaliton Mota/TV Anhanguera
Corretor de imóveis é preso suspeito de tentar matar cliente em Palmas — Foto: Kaliton Mota/TV Anhanguera

O corretor de imóveis Gleiginaldo Parente da Silva Aguiar, suspeito de tentar matar um cliente em Palmas foi preso na manhã desta quarta-feira, 18 durante a Operação Opto. Conforme a polícia, a vítima e a esposa buscavam encerrar um contrato de compra e venda de um imóvel rural.

O mandado de prisão preventiva foi cumprido na manhã desta quarta-feira (18). De acordo com a polícia, o crime teria sido motivado pela possibilidade de anulação do negócio, que impediria o corretor de receber o pagamento da comissão. A negociação envolve tratores e aviões, segundo o delegado Eduardo Menezes.

“Havia uma negociação entre duas pessoas em que ele intermediava, envolvendo uma fazenda. O pagamento recebido envolvia aviões e alguns tratores. Em um determinado momento com a negociação consumada, a vendedora se deparou com a alienação fiduciária de um dos tratores e percebendo que aquele trator, naquele momento, não havia nenhum valor comercial, estava totalmente alienado. Havia um saldo devedor ali. Ela tentou desfazer o negócio e entrou em contato a parte contrária”, explicou o delegado.

Em entrevista, a defesa do corretor de imóveis informou que vai pedir a revogação da prisão preventiva na audiência de custódia.

“Eu entendo, tenho muito respeito ao trabalho do delegado, mas que houve um excesso tendo em vista a questão da ordem pública. Entretanto, não há elementos que demonstram isso, até porque são fatos ocorridos no passado. Inclusive ele foi agredido primeiro. Ele vendeu uma propriedade, recebeu uma comissão em tratores e tentaram pegar esses tratores dele. E no meio dessa negociação ele foi agredido”, informou o advogado Leandro Freire.

Relembre o caso

crime aconteceu no dia 25 de março de 2025, em um escritório de advocacia. Na época, a vítima foi golpeada duas vezes com um canivete e levada para o Hospital Geral de Palmas (HGP).

Imagens da câmera de segurança do local registraram o momento em que a vítima sai de uma sala já ferida, com a camisa ensanguentada. Segundo a SSP, o suspeito tentou fugir, mas foi contido por advogados que estavam no local.

A Polícia Civil informou que o corretor de imóveis tem passagem pelos crimes de falsidade ideológica, corrupção, porte ilegal de arma de fogo e lesões corporais. Em alguns casos registrados anteriormente houve uso de arma branca nos crimes, revelando padrão de comportamento violento, segundo a SSP.

Segundo o delegado, o corretor também responde por outra tentativa de homicídio.

“Depois de finalizada a invetstigação a gente foi analisar o histórico criminal do investigado e percebeu que ele tinha várias passagens, inclusive foi alvo de investigação por corrupção, porte ilegal de arma e inclusive responde por uma tentativa de homicídio, com o mesmo modus operandi, como essa que ele está respondendo hoje”, disse.

A advogada Mayklene Michelitt Pereira, que também atua na defesa do corretor, informou que os casos registrados anteriormente aconteceram entre 2011 a 2015 e que o suspeito não possui sentença condenatória.

“Os fatos em que foram alegados de que é uma pessoa de condutas reiteradas, isso não se sustenta, porque o que está sendo alegado aqui são fatos que aconteceram em 2011 e 2015. Esses fatos nunca foram comprovados. Não tem uma sentença condenatória em relação a ele. Isso são meras alegações infundadas em que não cumpre o requisito para cumprimento da prisão preventiva. Então nós acreditamos, entendemos que esses fatos não se sustentam. Então tudo isso vai ser provado dentro do processo”, disse.

Fonte: g1 Tocantins