Tocantins

Aumentam solicitações de afastamento por problemas de saúde mental nas forças de segurança no TO

Aumentam solicitações de afastamento por problemas de saúde mental nas forças de segurança no TO

O Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp) do Ministério Público do Tocantins recomendou que os órgãos do Sistema de Segurança Pública do Estado promovam ações de cuidado com a saúde mental e prevenção de suicídio de seus servidores. A medida visa melhorar as condições de trabalho e garantir o bem-estar dos profissionais que atuam na linha de frente da segurança.

A recomendação foi encaminhada aos principais órgãos da área, incluindo a Superintendência de Administração dos Sistemas Penitenciário e Prisional, a Delegacia-Geral da Polícia Civil, os Comandos-Gerais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, bem como a Superintendência da Guarda Metropolitana de Palmas. Essas instituições têm o prazo de 15 dias para responder ao Gaesp/MPTO sobre o acatamento ou não da recomendação.

Segundo o Gaesp/MPTO, a recomendação baseia-se em um procedimento administrativo instaurado em setembro de 2023 que tem como objetivo acompanhar e fiscalizar os mecanismos internos de cuidado com a saúde mental dos servidores desses órgãos. A iniciativa visa garantir a formulação de políticas claras e eficazes de prevenção ao suicídio e promoção do bem-estar psicológico dos profissionais.

Dados dos órgãos

A recomendação do Gaesp/MPTO também considera os dados da Polícia Militar, que revelaram um aumento no número de solicitações de afastamento por problemas de saúde mental entre 2019 e 2023. Ao todo, foram registrados 743 pedidos nesse período, o que indica a necessidade de medidas preventivas e de suporte adequado aos profissionais de segurança.

De acordo com informações apresentadas, a Polícia Civil contabilizou um total de 929 licenças, afastamentos, aposentadorias e reservas nos últimos 10 anos devido a enfermidades ou transtornos mentais. 

Outra instituição afetada pela problemática é a Polícia Penal, que registrou 10 afastamentos por motivos psiquiátricos e um caso de suicídio no ano de 2023. 

Medidas de prevenção e cuidado

Dessa maneira, o documento emitido pelo MPTO requer que os órgãos responsáveis elaborem um plano de prevenção ao suicídio, aplicando uma abordagem baseada nos “5Cs” (conscientização, a capacitação, a competência, a conversa e a conexão). Esses conceitos são fundamentais para aumentar a conscientização sobre o tema, capacitar os profissionais para identificar sinais de alerta, desenvolver competências para oferecer suporte adequado, promover espaços de conversa segura e encorajar a conexão entre colegas de trabalho.

A recomendação ainda sugere que o plano de prevenção ao suicídio ofereça atendimento psicológico emergencial à família, apoio para providências burocráticas diversas e sistematize a estratégia e as ações emergenciais durante as primeiras semanas após o ocorrido. Além disso, orienta que sejam realizadas reuniões com equipe de gestores e colegas de trabalho quando se verificar ocorrência de suicídio.

O documento estabelece diretrizes técnicas sobre a abordagem do tema, como não repassar ou fortalecer boatos, a manutenção dos vínculos afetivos e de suporte social, além de demais ações voltadas à abordagem da temática.