Último reajuste foi há 9 anos

Governo reajusta em até 120% contribuição de dependentes indiretos do Servir para equilibrar contas do Plano; Sisepe reage

Nova tabela de valores começa a valer na folha de junho, com cobrança prevista para julho de 2025.

Servir Tocantins - Foto -  Angélica Lima
Servir Tocantins - Foto - Angélica Lima

O Diário Oficial do Estado (DOE) publicado na noite desta terça-feira, 22, trouxe a publicação do Decreto nº 6.911, que autoriza um reajuste médio de 120% nos valores pagos pelos dependentes indiretos no Plano de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do Estado do Tocantins – o Servir. A medida, segundo a Secretaria da Administração (Secad), tem como objetivo equilibrar as contas do plano, especialmente no que diz respeito a essa categoria, que não conta com contrapartida financeira do Estado.

Os dependentes indiretos incluem pais, padrastos, madrastas e enteados maiores de idade. Eles possuem uma tabela própria de contribuição que, atualmente, é custeada integralmente pelos servidores titulares. De acordo com a Secad, o último reajuste foi feito há nove anos, em dezembro de 2016, e o próprio decreto de então já previa a necessidade de atualizações periódicas — o que não aconteceu até agora, o que, segundo o órgão, contribuiu para um “desequilíbrio financeiro” no plano.

A nova tabela de valores começa a valer na folha de junho, com cobrança prevista para julho de 2025. Apesar do aumento expressivo, a Secad argumenta que os preços ainda estão entre os mais baixos do mercado em comparação com planos de saúde privados operando no Tocantins e em outros estados. A imagem divulgada no DOE (veja acima) mostra os novos valores comparados aos anteriores, com reajustes significativos em todas as faixas etárias. Por exemplo, a mensalidade para um dependente acima de 59 anos saiu de R$ 305,29 para R$ 671,79.

Ampliação da cobertura

A Secretaria ainda destaca que o Servir vem expandindo sua rede credenciada, mesmo diante das dificuldades orçamentárias. Atualmente, o plano conta com:

  • 20 hospitais credenciados, sendo 15 com atendimento de pronto-socorro;
  • 190 clínicas especializadas;
  • 34 clínicas voltadas para tratamento de TEA e neurodesenvolvimento;
  • 64 laboratórios;
  • 87 clínicas de imagem;
  • 17 empresas de home care;
  • Mais de 2 mil profissionais de saúde em diversas especialidades.

O aumento, no entanto, gerou forte reação do Sindicato dos Servidores Públicos no Estado do Tocantins (Sisepe). Em nota enviada à imprensa, o presidente da entidade, Elizeu Oliveira, afirmou que os servidores foram pegos de surpresa.

“Fomos surpreendidos com esse grande aumento. Não houve qualquer conversa prévia. O conselho formado pelo governo para discutir os assuntos do plano é inexistente e as coisas são todas feitas por decreto”, criticou o sindicalista.

Segundo Elizeu, a alegação de que o plano está em expansão não condiz com a realidade dos usuários, que têm enfrentado dificuldades no acesso a serviços essenciais. “Tudo mais caro e menos serviços”, reclamou. O Sisepe já anunciou que avaliará medidas administrativas e judiciais para questionar o reajuste.

Brener Nunes

Subeditor

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins Subeditor da Gazeta do Cerrado Assessor de Imprensa do SENAI Tocantins

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins Subeditor da Gazeta do Cerrado Assessor de Imprensa do SENAI Tocantins