Transporte Coletivo

Movimento Passe Livre marca mobilização para esta 6ª e entrega carta aberta a prefeito Eduardo

A manifestação foi convocada após uma série de denúncias sobre falhas no novo sistema de transporte coletivo, que vem sendo alvo de críticas desde que a nova concessionária assumiu.

Movimento Passe Livre marca mobilização para esta 6ª e entrega carta aberta a prefeito Eduardo

O Movimento Passe Livre Estudantil de Palmas convocou a população para um protesto nesta sexta-feira, 6, com concentração marcada para às 17 horas em frente à sede da Prefeitura de Palmas, na Avenida JK. A mobilização, prevista para começar às 18 horas, tem como pauta principal a luta por um transporte coletivo digno, gratuito e funcional, especialmente para estudantes, pessoas com deficiência e usuários em situação de vulnerabilidade.

A manifestação foi convocada após uma série de denúncias sobre falhas no novo sistema de transporte coletivo, que vem sendo alvo de críticas desde que a nova concessionária assumiu a operação. Em Carta Aberta divulgada nas redes sociais, o movimento denuncia um “cenário de descaso sistemático” por parte do poder público e afirma que os direitos básicos à educação e à mobilidade estão sendo violados.

“O transporte virou um pesadelo”

Entre os principais problemas relatados por estudantes e demais usuários, estão:

  • Falhas no sistema de bilhetagem, com lentidão, mensagens de erro e cobranças duplicadas;
  • Limite indevido no uso da carteira estudantil e da carteira para pessoas com deficiência (PCD), descumprindo legislações municipais;
  • Cobrança abusiva na emissão da segunda via do cartão, contrariando normas vigentes;
  • Falta de transparência e assistência no processo de transição entre o sistema antigo e o novo, com promessas de reembolso não cumpridas;
  • Aplicativo instável e sem informações confiáveis, dificultando o uso do transporte de forma segura e previsível;
  • Falta de integração entre linhas, forçando o pagamento de tarifas extras em trajetos diários.

O movimento também questiona o modelo de concessão adotado, citando inconformidades legais. Segundo os organizadores, o Decreto 2.640/2025, que estabelece a concessão por 20 anos, contraria a Lei Municipal 1.173/2003, que prevê o prazo de 10 anos, prorrogável por igual período. Há ainda denúncias de falta de transparência na divulgação de dados técnicos e financeiros, o que, segundo os manifestantes, pode configurar ilegalidades contratuais.

“Não aceitamos a normalização da exclusão”

Na Carta, o Movimento Passe Livre afirma que o transporte coletivo da capital não pode continuar sendo tratado com indiferença administrativa.

“Até quando a juventude será invisível diante do poder público? […] O que justificaria tamanha desorganização em um serviço essencial à vida urbana?”, questiona o texto.

Os organizadores reforçam que a manifestação é pacífica, legítima e visa chamar atenção das autoridades para a crise instalada. “Levem cartazes, chamem amigos e familiares. É hora de ocupar as ruas e exigir respeito aos direitos básicos de quem depende do transporte público para estudar, trabalhar e viver com dignidade.”

Entenda

Desde a chegada da nova frota e a substituição da antiga operadora, o transporte coletivo de Palmas tem enfrentado uma série de problemas operacionais. A prefeitura liberou as catracas durante o período de transição, mas, com o fim da gratuidade, surgiram diversas reclamações envolvendo cartões estudantis, saldos, acessibilidade e atendimento.

O Ministério Público do Tocantins (MPTO) já abriu procedimento administrativo para apurar as irregularidades. A Prefeitura de Palmas e a empresa Sancetur, responsável pelo novo sistema, foram notificadas e têm prazo de 10 dias para prestar esclarecimentos.

Brener Nunes

Repórter

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins Assessor de Imprensa do SENAI Tocantins

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins Assessor de Imprensa do SENAI Tocantins