Um trecho de pouco mais de 200 metros, sem asfalto, sem guard-rails (guarda-corpo) e com sinalização deficiente, transformou a ponte sobre o Ribeirão Aldeia Grande, na BR-010, em sinônimo de tragédia. Conhecida pelos motoristas como “Ponte da Morte”, a estrutura acumula seis óbitos confirmados e inúmeros acidentes nos últimos três anos, sem que o poder público apresente uma solução definitiva.
Uma contagem cruel de vítimas
Abr/2022 – o seminarista Luciano dos Santos Dantas, 37 anos, morreu quando a caminhonete em que viajava despencou da ponte e ficou submersa.
Jan/2023 – o produtor rural Laury Luiz Camera, 54 anos, perdeu a vida após a Hilux que conduzia cair de uma altura de seis metros.
Abr/2025 – a jovem Anielly Ribeiro Figueredo, 27 anos, foi encontrada sem sinais vitais ao lado de sua motocicleta Biz, depois de perder o controle no desvio coberto por cascalho solto.
Moradores relatam ao menos outras três mortes não documentadas pela imprensa, sendo as vítimas: Luiz Gonzaga, Wilson Rodrigues e Webeson Leite. Elevando o saldo para seis vidas ceifadas, número que sustenta o apelido sombrio do local.
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Estrutura precária e omissão recorrente
Além da falta de pavimentação, a ponte é estreita, desalinhada em relação ao eixo da estrada e não conta com barreiras laterais. Caminhões carregados desviam dos buracos no leito de terra e acabam dividindo espaço com carros e motocicletas em uma pista de pouco mais de quatro metros, cenário descrito pelos moradores como “uma roleta-russa diária”.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) reconhece a necessidade de intervenção, mas limitou-se a dizer que “a estrutura está sendo monitorada e terá os processos priorizados”, sem fixar prazo para reforma.
Manifestação marcada: 14 de junho, 15h–18h
Cansada de esperar, a comunidade de Goiatins convocou uma manifestação pacífica para sábado, 14 de junho, das 15h às 18h, na cabeceira norte da ponte. O ato pretende:
- Mobilizar a população dos municípios vizinhos (Barra do Ouro, Itacajá, Campos Lindos).
- Cobrar ações imediatas ao Governo Federal, bem como instigar o governo do Tocantins para que faça as devidas cobranças ao DNIT.
- Sensibilizar a bancada federal tocantinense, deputados e senadores, para destinar emendas que garantam a construção de uma nova travessia em concreto, com pista dupla e defensas metálicas.
Organizadores pedem que os participantes usem camisetas pretas, levem água potável e cartazes com mensagens de apoio às famílias das vítimas. A expectativa é interromper o tráfego por intervalos programados, permitindo a passagem de ambulâncias e veículos de emergência.
