São Paulo, maio de 2024 – O consumo de tabaco é a causa de morte mais evitável em todo o mundo, mas um em cada dez adultos perde a vida por causa das consequências dele. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), anualmente são contabilizadas sete milhões de óbitos e 900 mil pessoas vivendo como fumantes passivos. Além destes números alarmantes, estudos indicam que pessoas fumantes têm quase duas vezes mais chances de sofrer um infarto.

O Dr. Alexandre Abla, cardiologista do Hcor, afirma que da mesma forma que o tabaco é um agente prejudicial à saúde, hoje o uso de cigarros eletrônicos também acende um alerta. “A nicotina presente nos cigarros ou nos vapers está diretamente relacionada ao aumento da frequência cardíaca, elevação da pressão arterial e intensificação do estresse oxidativo, que em excesso pode acelerar o processo de envelhecimento da pele, promove disfunção dos vasos sanguíneos, além de aumentar sintomas de ansiedade, cansaço, sensação de estafa e desequilíbrio emocional. Estes sintomas, geralmente, tendem a estimular o consumo dos cigarros, tornando-se um ciclo vicioso”, informa o especialista.

Além disso, o consumo de nicotina por meio destes aparelhos está associado à inflamação, disfunção endotelial (desequilíbrio na manutenção da circulação sanguínea, regulação do tônus vascular e coagulação), lesões vasculares e desenvolvimento de aterosclerose (placas de gordura nos vasos).

Os benefícios para quem deixa de fumar vão além de melhorar a qualidade de vida do usuário:

• 20 minutos sem fumar: redução da frequência dos batimentos cardíacos e da pressão arterial. A temperatura dos pés e das mãos se eleva.

• 12 horas: o monóxido de carbono atinge níveis normais no sangue.

• 2 semanas: a circulação sanguínea melhora.

• 1 ano: reduz pela metade o risco de ataque cardíaco.

• 5 anos: o risco de ter um derrame ou AVC se equipara ao de uma pessoa não fumante.

• 15 anos: a incidência de doenças cardíacas é igual a de alguém não fumante.

“Comumente, o tabagismo vem atrelado a uma válvula de escape, uma descompressão que, de fato, pode ter sua utilidade para aqueles que hoje dependem da nicotina. Porém, com a orientação certa, disciplina e tratamento medicamentoso ou de suporte emocional adequado, é possível mudar e até mesmo cessar esse hábito”, explica Dr. Alexandre.

Ele relata ainda que parar de fumar não é uma ação solitária: é preciso frequentar ambientes de não fumantes, iniciar novos hábitos ou atividades recreativas que tirem a atenção do cigarro, começar a fazer atividade física e manter uma alimentação balanceada, são práticas que podem ajudar.

“Quando você acende um cigarro, está queimando o tabaco da mesma forma que consome sua saúde, seu bem-estar e futuro. É preciso refletir sobre os malefícios do tabagismo, os motivos pelos quais você iniciou essa jornada e o que te sustenta nela. Lembre-se sempre de que estilo de vida é uma questão de escolha”, finaliza.

Brener Nunes

Repórter

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins Assessor de Imprensa do SENAI Tocantins

Jornalista formado pela Universidade Federal do Tocantins Assessor de Imprensa do SENAI Tocantins