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Golpes da Black Friday já são 3x maiores que os de 2023, mostra estudo

Golpes da Black Friday já são 3x maiores que os de 2023, mostra estudo

Golpe da Black Friday: país registra mais de mil sites fraudulentos durante o “esquenta” para o evento; número é três vezes maior que o do último ano

 

Golpistas promovem páginas e anúncios fake com ajuda da IA — gerando sobrecarga nos atendimentos, impacto nas vendas e aumento de reclamações entre os consumidores

 

Com a chegada cada vez mais próxima da Black Friday (29/11), quem deseja economizar e fazer boas compras deve se preparar não apenas para as diversas ofertas e condições especiais entre as marcas, mas a presença de um inimigo já à espera dos consumidores mais desatentos: os golpes e fraudes digitais, que, infelizmente, vêm acumulando vítimas de Norte a Sul neste período de “aquecimento” para a data.

Segundo o mais novo estudo da Branddi, especialista em soluções de proteção para marcas, apenas nas semanas que antecedem o mês de descontos e promoções, o Brasil já registrava mais de mil sites fraudulentos com a comunicação e termos relacionados ao evento, grande parte se passando por nomes famosos entre o público nacional — como McDonald’s, Nike, Amazon e Mercado Livre. O número de páginas fake à ativa, segundo a empresa, é três vezes maior que o monitorado no mesmo período em 2023.

Se considerado o total de sites e anúncios falsos nas plataformas, independentemente de sua relação com a Black Friday, o número já ultrapassa a marca de 3790 ações golpistas somente em outubro, cujos discursos prometem preços vantajosos, ofertas inéditas e facilidades de pagamento, todos eles por tempo limitado. Entre os segmentos mais impactados, conforme mostra o levantamento, estão o de moda e vestuário (30,2%), e-commerce e marketplaces (25,1%) e, ainda, o de suplementos (14,3%).

“É o que chamamos de Brand Impersonation, expressão que se refere à replicação digital da identidade de marcas para enganar as pessoas, prática cada vez mais sofisticada entre os criminosos”, explica Gustavo Mariotto, CSO da Branddi. “Além de prejudicar a experiência do consumidor, os impactos afetam as empresas em diversas direções — desde a reputação até os prejuízos financeiros e a sobrecarga no atendimento. Não à toa, é comum que, nessas situações, o volume de solicitações ao SAC da companhia (em geral, reclamações de vítimas) aumente em até 3000%”.

 

Dos domínios falsos às promoções exageradas: como funcionam os golpes

 

Na tentativa de enganar os consumidores durante o período de Black Friday, é bastante provável que as próximas semanas sejam marcadas por páginas fake e ações fraudulentas dos mais variados tipos, que atestam a criatividade e habilidades dos golpistas quando o assunto é confundir a cabeça dos consumidores — algo também observado durante os demais estudos da especialista na proteção de marcas.

Em outro levantamento da empresa, que analisou sites clones relacionados a 600 companhias reconhecidas pelos brasileiros entre junho e agosto deste ano, ao menos um golpe online ativo já atingia 82% das marcas monitoradas, normalmente divulgando produtos e serviços falsos ao público.

Entre os truques mais recentes descobertos pela Branddi, por exemplo, se destacam os perfis enganosos nas redes sociais, anúncios pagos que competem com as propagandas legítimas e a criação de domínios falsos, nos quais URLs semelhantes às de grandes marcas são registradas pelos cibercriminosos, geralmente acompanhadas de termos como “promo” e “blackfriday”.

Em todos os casos, na maior parte das vezes, são replicados o layout e os elementos gráficos das páginas oficiais, que se unem a preços irresistíveis e vídeos gerados pela Inteligência Artificial… e que convencem por utilizarem a imagem de influenciadores e embaixadores reais da marca (são as chamadas “deepfakes”, técnica que possibilita criar materiais supostamente autênticos com base no rosto e a voz de terceiros).

“Embora o consumidor deva se atentar aos golpes, é de suma importância que as marcas ajam preventivamente para minimizar riscos — sobretudo quando plataformas como o Google e Meta ainda enfrentam dificuldades para identificar fraudes e manter um ambiente seguro”, destaca Mariotto. “Por meio do monitoramento contínuo de novos domínios, anúncios e perfis online, por exemplo, bem como ações rápidas de remoção desses conteúdos, é possível garantir que a Black Friday (e não só ela) seja um período livre de dores de cabeça para todos”.

 

Metodologia

 

Para investigar sites e anúncios fraudulentos durante o “esquenta” Black Friday, ao longo do mês de outubro de 2024, o estudo da Branddi levou em consideração centenas de ações suspeitas que contivessem, seja em suas páginas ou endereços eletrônicos (URL), palavras-chave como “black friday” e suas variações.

Uma vez detectados os sites em questão, o monitoramento da especialista na proteção de marcas verificou quais deles possuíam endereço, títulos ou termos próximos às marcas mais reconhecidas pelos brasileiros, como McDonald’s, Nike, Amazon, Mercado Livre e Americanas.